Construção coletiva de uma história de conquistas e desafios
Uma história de compromisso com os Povos Indígenas do Nordeste
O IMIP tem uma longa e vitoriosa história de trabalho dedicado aos povos indígenas. Em 2005, em parceria com o Ministério da Saúde (MS) e Organização Panamericana de Saúde (OPAS) saiu Brasil adentro – Amazonas, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul – para capacitar e treinar equipes técnicas, estimular o aleitamento materno, vacinar e desenvolver ações preventivas e de educação em saúde entre os povos das etnias Tikuna, Xavante e Guarani.
A partir de 2011, a relação com os povos indígenas tornou-se mais próxima e intensa quando o IMIP venceu o Chamamento Público do Ministério da Saúde/Secretaria Especial de Saúde Indígena (MS/SESAI) para atuar nos estados de Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Sergipe de forma complementar no desenvolvimento e execução de serviços de saúde de atenção básica e saneamento ambiental, práticas integrativas de saúde voltadas à valorização de práticas e saberes da medicina tradicional indígena e no fortalecimento do Controle Social.
Em 2014, ampliou sua atuação quando passou a trabalhar em mais três estados do Nordeste – Bahia, Ceará e Maranhão.
Hoje, o IMIP é responsável pela saúde de 188.877 indígenas de 99 etnias diferentes, distribuídas em 1324 aldeias, em 124 municípios dos estados nordestinos. Essa responsabilidade é compartilhada com os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) de Pernambuco, Alagoas/Sergipe, Bahia, Potiguara, Ceará e Maranhão, que são unidades gestoras e descentralizadas do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena.
Os profissionais da Saúde Indígena
Ao longo desses 13 anos que o IMIP trabalha com a Saúde Indígena, mais de três mil profissionais foram selecionados e contratados para executar o Plano Distrital de Saúde Indígena (PDSI), juntamente com os DSEIs e em parceria e supervisão do controle social - Conselho Distrital Indígena (CONDISI) e dos Conselhos Locais de Saúde Indígena (CLSI). Importante salientar que desses profissionais, aproximadamente 78% são indígenas.
A formação de um quadro de pessoal competente, motivado e alinhado com as diretrizes e valores estabelecidos, é responsabilidade primordial da instituição. A contratação de profissionais indígenas, detentores dos saberes e fazeres tradicionais, somados a outras diversidades culturais e sociais que incluem idade, sexo, raça, orientação sexual, educação, origens e outras culturas, tem tornado o IMIP uma instituição democrática e inclusiva.
O IMIP avançou para além do objeto do convênio
Comprometido com a saúde e qualidade de vida dos povos indígenas do Nordeste, o IMIP avançou para além dos convênios realizando outros projetos, entre eles, destacam-se:
- Pesquisa: Saúde e Qualidade de Vida entre os Povos Indígenas. Estudo realizado nos estados de Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Sergipe
- Programa de Prevenção e Redução de Danos ao Consumo Prejudicial de Álcool e outras Drogas entre Indígenas em Pernambuco
- Seminário: 10 anos de Saúde Indígena no IMIP – trajetória de histórias, conquistas e novos desafios
Nesse caminho de atenção e cuidados, o IMIP não ficou indiferente ao surgimento do novo coronavírus. Os mais de dois anos de pandemia da Covid-19 no Brasil trouxeram a necessidade de rever objetivos e práticas no sentido de implementar propostas de ações e de intervenções desenhadas para esse recente e difícil período. Realização de testes, distribuição de kits de higiene e de alimentação, distribuição de equipamentos de proteção para os profissionais das equipes de Saúde Indígena e, posteriormente, incentivo à vacinação, foram medidas fundamentais contra o avanço da pandemia.
Em fevereiro de 2023, devido a sua expertise e a convite do Ministério da Saúde, o IMIP teve uma atuação fundamental no combate à desnutrição infantil, promovendo oficina para produção artesanal da fórmula nutricional F100, de acordo com os protocolos da Organização Mundial da Saúde (OMS), por ocasião da grave crise humanitária e das péssimas condições de saúde vividas pela população Yanomami.
A Ministra da Saúde, Nísia Trindade, agradeceu durante agenda oficial no Recife à Instituição. “Um trabalho que tem como referência o que vem sendo feito pelo Imip, instituição que agradeço, que fez a fórmula de nutrição que estamos usando entre as crianças Yanomami. Obrigada, Pernambuco", disse.
Confira repercussão na mídia:
AGENDA 2025 – SAÚDE INDÍGENA
Em sintonia com as orientações do Ministério da Saúde, o IMIP buscará atender aos critérios para repasse do Incentivo para a Atenção Especializada aos Povos Indígenas (IAE-PI), no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com determinações da Portaria Nº 2.663, de 11 de outubro de 2017. As finalidades são muitas e diversificadas, gerando diversos benefícios às comunidades indígenas, tais como:
- Instalação de ambulatórios especializados em Saúde Indígena - Em sua estrutura hospitalar, o IMIP irá disponibilizar um espaço acolhedor para integrar os detentores (pajés, parteiras, rezadeiras) com os seus saberes e fazeres da medicina tradicional indígena, com as equipes de saúde do IMIP com suas modernas e humanizadas técnicas de tratamento e de cuidado.
- Criação de ambiência de acordo com as especificidades étnicas das populações indígenas atendidas.
- Qualificação e contratação de profissionais diversificados como intérpretes e profissionais da medicina tradicional indígenas
- Produção de alimentação ajustada aos hábitos e restrições alimentares de cada etnia, sem prejuízo da observação do quadro clínico dos pacientes.
Também realizará alguns projetos aprovados em Chamamentos Públicos, entre eles:
- Pesquisa: Saúde e Qualidade de Vida e Relações de Trabalho: um olhar sobre as trabalhadoras do Subsistema de Saúde Indígena do Nordeste, patrocinado pela SGTES/MS.
- Projeto de Intervenção: Mulheres Indígenas Redutoras de Danos: curso de formação profissional nos estados de Pernambuco e Paraíba, SENAD/MJ
- Apoio ao Projeto: Agrobiodiversidade e Segurança Alimentar do Povo Potiguara: estruturação da horta comunitária e incentivar práticas alimentares ancestrais, criado, conjuntamente, com a associação das Mulheres Guerreiras Potiguara com recursos do Ministério dos Povos Indígenas.
Projeto de relevância para Saúde Indígena é o Observatório Translacional de Iniquidades em Câncer do IMIP, no qual os profissionais e pesquisadores do Centro de Oncologia (CACON) e as Superintendências de Ensino e Pesquisa e de Assistência de Saúde do IMIP incluirão as mulheres e crianças indígenas de Pernambuco no elenco de ações que desenvolverão para redução da iniquidade do câncer do colo uterino, mama e câncer infantil. Com o apoio e a disseminação das ações globais contra o câncer preconizadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e Organização Panamericana de Saúde (OMS/OPAS).
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