Casado com Adriana, pai de Cecília e de Alice e avô de Antonio, Figueira – como era conhecido – construiu uma longa trajetória na medicina e na política. O pediatra deixa um legado de dedicação à saúde pública, sobretudo aos mais necessitados.

Antônio Carlos Figueira sempre foi um visionário, um homem à frente do seu tempo, alguém que sempre enxergou adiante, contextualizando e antecipando cenários. Firme em suas convicções, homem público comprometido com a ciência e o social, articulador e agregador, humanista e gestor de destaque, nos diferentes cargos que ocupou, sempre lutou a favor do atendimento público com uma assistência qualificada e integral. Para isso, concentrou-se nas práticas de saúde e educacionais inovadoras na busca continuamente do fortalecimento do SUS nas suas diretrizes e princípios doutrinários, para o enfrentamento dos grandes desafios na área da saúde.

Nascido no dia 19 de outubro de 1960, Antônio Carlos Figueira era filho de Nancy e de Fernando Figueira, fundador do Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira, o IMIP. Teve como um dos maiores desafios reativar, modernizar e tombar o Hospital Pedro II, que ficou 28 anos fechado. Construído na segunda metade do século 19, o hospital foi integrado ao IMIP.

Outro grande feito de Antônio Carlos foi a inauguração do Ambulatório Central do IMIP, em 2006, um prédio de 5 andares, com mais de 160 consultórios, que contou com a presença do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do governador Eduardo Campos, do então ministro da Saúde, José Gomes Temporão e outras autoridades.

Formado em Medicina pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em 1985, era Mestre em Saúde Materno Infantil pela Universidade de Londres (University of London), Reino Unido, e especialista em Administração Hospitalar pela Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/Fiocruz), em parceria com a Universidade de Rennes (França).

Iniciou a vida pública ao lado do ex-governador Miguel Arraes, de quem foi assessor de 1987 a 1998. Já entre 2011 e 2014, atuou no governo Eduardo Campos como secretário estadual de Saúde. E foi por transcender as barreiras da pasta que comandava que, entre 2015 e 2017, na gestão Paulo Câmara, por ter bastante prestígio e respeito junto à classe política, que Figueira foi alçado ao cargo de secretário-chefe da Casa Civil, órgão responsável pela interlocução entre o Executivo e o Legislativo.

A influência de Antônio Carlos no setor público se deu ainda na formação de gestores municipais e estaduais que reconheceram no ex-secretário qualidades técnicas e políticas, principalmente no tocante à manutenção do diálogo com ferramenta fundamental para a implementação de ações, projetos e programas voltados, essencialmente, à população mais vulnerável da sociedade.

Em 2020, assumiu o cargo de diretor-presidente da Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS), da qual foi um dos idealizadores, cerca de 18 anos atrás. Antônio Figueira era membro da Academia Pernambucana de Medicina, onde ocupava a cadeira de número 1, que também já foi ocupada pelo seu pai, fundador do IMIP.

TRAJETÓRIA

Recém-formado, ainda em 1985, Antônio Carlos se especializou em Perinatologia pelo Centro Latino Americano de Perinatologia, da Organização Pan Americana de Saúde-OPAS/Organização Mundial de Saúde-OMS (Uruguai). Fez Residência Médica em Pediatria no IMIP, entre os anos de 1986 e 1988.

Ao concluir a residência, atuou no IMIP como pediatra e também na especialidade de neonatologia por dois anos. Em seguida, foi nomeado para a função de Assessor Especial da Superintendência, entre o período de 1990 e 1997, espaço de tempo onde teve oportunidade e afinco para desenvolver e aperfeiçoar seus estudos e práticas sendo, inclusive, aprovado em concurso público, no ano de 1991, para Médico Pediatra da Prefeitura da Cidade do Recife.

Em 1997, recebeu o convite do então Secretário de Saúde de Pernambuco, Gilliatt Falbo, para assumir o cargo de Secretário Adjunto, onde teve atuação importante até o final da gestão, em 1998. Nesta época, conheceu toda a rede hospitalar do estado, gestores municipais e instituições internacionais, colaborando efetivamente para um gerenciamento dinâmico e participativo.

Em 1999, assumiu o cargo de Superintendente do IMIP, tomando para si a responsabilidade de realizar outros sonhos do visionário Prof. Fernando Figueira, como a criação da escola médica do IMIP, o restauro e o funcionamento do Hospital Pedro II como um hospital de ensino, ajudando o IMIP à melhor assistir não só a população materno infantil, mas toda a família de forma integral, além da interiorização do IMIP.

Figueira aperfeiçoou e implantou um novo modelo de gestão institucional que possibilitou situar o IMIP em condições necessárias para o enfrentamento dos desafios do novo milênio nas áreas do ensino, pesquisa e assistência médico-social, inclusive possibilitando ainda as estruturações e os suportes necessários para a expansão física/funcional institucional planejada.

A gestão de Antônio Carlos Figueira, nomeado como Superintendente (1999-2008) e, depois, eleito como Presidente do IMIP (2008 e 2010), significaram uma conjunção de anos que representaram um divisor de águas para o avanço desenvolvimentista institucional em suas áreas missionárias, dinamizando o seu crescimento sustentável e tecnológico, consagradas no inarredável compromisso ético-filosófico com o Sistema Único de Saúde-SUS.

Sob sua liderança, implantado um modelo de gestão participativa e utilizando o planejamento estratégico, ele consolidou altos indicadores, de qualidade e quantidade, transformando o IMIP em uma instituição gigante, ampliando significativamente a sua importância estratégica para o sistema público de saúde de Pernambuco, juntamente com o reconhecimento nacional, não só do ponto de vista do Complexo Hospitalar, mas também no proporcional crescimento do Ensino e da Pesquisa.

Este cenário ocorreu, entre outros fatores, pela adoção institucional do atendimento exclusivo ao SUS, expansão da sua capacidade física e tecnológica instalada, ampliação acentuada da alta complexidade na assistência e expansão da assistência para todas as faixas etárias, ações essas que, somadas ao novo modelo de gestão, representaram os principais fatores que resultaram em uma considerável diversificação e aumento na oferta de consultas, exames, cirurgias e número de leitos para hospitalizações, elemento que levaram o IMIP à condição de ser considerado o maior Hospital Filantrópico do Brasil, com atendimento exclusivo ao SUS.

Em 2020, assumiu a função de Diretor Presidente da Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS), da qual foi participante ativo e de destaque desde o início de sua idealização.

A semente da Faculdade Pernambucana de Saúde foi plantada em 1990, pelo Prof. Fernando Figueira, que desde sempre demonstrava a sua preocupação na formação do jovem médico, e observava que os estudantes que ali chegavam para fazer estágio careciam de uma formação mais ampla e humanística desde o início do curso. A partir de então, foi iniciado no IMIP, o processo de preparação para a Escola Médica, com a criação do programa de pós-graduação stricto senso da Instituição e estímulo aos profissionais para realização de pós-graduação em outras instituições dentro e fora do país visando à formação dos mestres e doutores da futura Faculdade de Medicina. O sonho foi concretizado em 2005, com a portaria de autorização para o curso de medicina da FPS, que iniciou sua primeira turma no ano de 2006, tendo o IMIP como principal cenário de prática – o Hospital de Ensino.

A FPS, assim, foi planejada por 15 anos, com a participação permanente, efetiva e decisiva de Antônio Carlos Figueira para transformar a graduação nos cursos de saúde. Tudo isso com o intuito de já na graduação superior garantir uma formação ética, humanística, tecnicamente competente, mas sem abandonar nunca a visão e o compromisso com a saúde coletiva do nosso povo mais vulnerável.

A FPS é uma instituição de vanguarda, sem fins econômicos, atualmente considerada pelo MEC como Instituição Comunitária de Ensino Superior. E, assim como o IMIP, a FPS tem a missão de servir à nossa sociedade. Essas duas instituições representam o pensamento e a ação do Prof. Fernando Figueira e de seu filho Antônio Carlos Figueira.

Do seu pai, o Prof. Fernando Figueira, herdou também o amor ao ensino e a pesquisa de primeira qualidade, a defesa da parcela mais excluída da sociedade, afora o profissionalismo, a solidariedade, a coragem, o zelo com as coisas públicas, entre tantas outras qualidades . Entretanto, a sua principal herança, e grande responsabilidade, a que poucos homens poderiam abraçar, foi dar continuidade e continuar a expandir a obra iniciada: o IMIP.

ALGUMAS REALIZAÇÕES – IMIP

Reforma Administrativa
Novo Modelo de Gestão
Informatização Global
Expansão do Ensino
Expansão da Pesquisa
Projeto de Revitalização do Complexo Hospitalar
Ampliação do Complexo Hospitalar
Projeto de Restauro, Modernização e Reativação do Hospital Pedro II
Edificação do Ambulatório Central
Construção do Prédio II do Hospital Geral de Pediatria
Reforma, Revitalização e Modernização do Centro Hospitalar Oscar Coutinho
Implantação da Assistência Integral (todas as idades)
Concepção do perfil institucional para Alta Complexidade
Instituição assistencial no IMIP para atendimento exclusivo ao SUS
Certificação do IMIP como Hospital de Ensino – Ministério da Saúde e Ministério da Educação
Selecionado o IMIP como Centro de Pesquisa da Rede Nacional de Pesquisa Clínica – Ministério da Saúde e Ministério da Ciência e Tecnologia
Criação do IMIP Cultural
Interiorização do IMIP
Instalação do Centro de Hemodiálise do Sertão (Salgueiro)
Liderou a fundação da Escola Pernambucana de Saúde, hoje Faculdade Pernambucana de Saúde

ALGUMAS REALIZAÇÕES – FPS

FOZ – Centro de Inovação em Saúde e Educação
Centro de Simulação
Centro de Eventos Recife e o Centro de Inovação em Saúde e Educação, e Centro de Atenção e Aprendizagem Interprofissional em Saúde (CAAIS)
Clínica Odonto FPS
Clínica Fisio FPS
Farma FPS, entre várias outras iniciativas.

HONRARIAS RECEBIDAS

Cavaleiro da Ordem de Malta, pela Sovrano Militar e Ordin e Os pedaliero di San Giovanni di Gerusalem mediRodi e di Malta, Santa Sé;
Medalha Fernando Figueira, do Conselho Regional de Medicina do Estado de Pernambuco – CREMEPE;
Medalha Pernambucana do Mérito Bombeiro-Militar, Governo de Pernambuco;
Membro da Academia Pernambucana de Medicina, Cadeira nº 1;
Medalha Leão do Norte, Classe Ouro, Mérito Sanitário Josué de Castro, ALEPE;
Comenda Anjo da Guarda, Associação Beneficente Criança Cidadã ABCC
Medalha da Ordem do Mérito Médico – Ministério da Saúde
Medalha do Mérito Nilo Coelho – Tribunal de Contas do Estado
Medalha do Mérito José Mariano – Câmara Municipal do Recife

CERTIFICAÇÃO EM CONSELHOS

Membro Nato do Conselho Consultivo do IMIP;
Membro do Conselho do Instituto Criança e Vida;
Membro da Comissão de Avaliação da Universidade Católica de Pernambuco.

CARGOS OCUPADOS

Assessor Especial do Governador do Estado de Pernambuco, 1986-1990.
Assessor Especial da Superintendência do IMIP, 1990 – 1997.
Secretário Adjunto de Saúde do Estado de Pernambuco, 1997-1998.
Superintendente do IMIP, 1999-2008.
Presidente da Fundação Prof. Martiniano Fernandes, 2004-2008
Presidente do IMIP, 2008-2010.
Secretário de Saúde de Pernambuco, 2011-2014
Secretário Casa Civil 2015 -2017
Chefia da Assessoria Especial do Governador 2017-2020
Diretor presidente da Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS) 2020