Oftalmologista do IMIP faz alerta sobre os riscos do uso excessivo de telas no período de férias escolares
Oftalmologista do IMIP faz alerta sobre os riscos do uso excessivo de telas no período de férias escolares
Mês de férias, crianças por mais tempo em casa, e uma preocupação genuína dos pais: é saudável deixar os filhos expostos às telas? O oftalmologista do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), Luciano Lira, traz um alerta sobre o tema, que tem se tornado cada vez mais comum entre as famílias.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o uso de telas deve ser evitado para crianças até os dois anos de idade. “Estudos mostram evidências de atraso no desenvolvimento neurológico e cognitivo, além de problemas de visão e distúrbios do sono em crianças expostas às telas”, destaca o médico.
O uso excessivo de smartphones, computadores e tablets também é grande responsável por problemas de visão, que podem surgir de maneira precoce. “Olho seco, cansaço visual, dor de cabeça, perda transitória do foco para longe depois do uso prolongado de telas e até o aparecimento de miopia precoce, além do aumento em uma miopia já existente”, explica Luciano Lira, que complementa: “Alguns experimentos mostram que a exposição à luz azul pode trazer, a longo prazo, comprometimento das células fotorreceptoras da retina (células sensoriais que captam a luz)”.
Para evitar o uso exagerado dos equipamentos eletrônicos, principalmente durante as férias, período em que as crianças passam por maior tempo ocioso, é necessário estimular atividades externas, recreativas e lúdicas, que favoreçam a interação social e criativa dos pequenos.
Para crianças acima dos dois anos, é importante dosar o tempo de exposição. “É preciso estabelecer o tempo de uma hora por dia para crianças de dois a cinco anos, sempre procurando fazer intervalos no uso. Uma boa dica é dividir ao longo do dia, podendo fazer três tempos de 20 minutos. Para crianças de 6 a 10 anos, o recomendado é de, no máximo, duas horas por dia, podendo utilizar também a estratégia de divisão dos períodos. Entre esses horários, os cuidadores podem promover outras atividades que despertem o interesse das crianças, fazendo com que elas esqueçam das telas”, recomendou o oftalmologista.