A campanha do Setembro Roxo chama atenção para a fibrose cística, uma doença genética rara, crônica e progressiva, responsável por afetar principalmente os pulmões, pâncreas e sistema digestivo. Em 2021, de acordo com o Grupo Brasileiro de Estudos de Fibrose Cística (GBEFC), foram contabilizadas mais de 6 mil pessoas com a doença. O Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP) é o único centro de referência em Pernambuco para o diagnóstico e tratamento desses pacientes, acompanhando atualmente cerca de 152 pessoas.  

Essa é uma doença genética, transmitida pelo pai ou pela mãe, que altera principalmente o mecanismo que controla a água e o sal de alguns sistemas do nosso organismo, como respiratório, digestivo e as glândulas de suor. O professor Fernando Figueira, fundador do IMIP, foi o primeiro médico a diagnosticar a doença em paciente vivo no Brasil, em 1959. Atualmente, a fibrose cística pode ser suspeitada pelo teste do pezinho. 

“Como essa é uma doença que dificulta a absorção dos alimentos, o primeiro ponto é oferecer uma boa nutrição, acompanhada das enzimas para fazer a digestão dos alimentos. Outra característica do problema é a infecção respiratória, pois o catarro é muito espesso em pacientes com fibrose. Então, isso tem um impacto na vida da criança e do adulto porque causa tosse crônica e falta de ar”, explicou a médica pediatra do IMIP, Patrícia Bezerra.

A profissional reforçou a importância de um diagnóstico precoce para que se encontre o melhor tratamento contra a doença. “É de grande importância um diagnóstico antecipado e correto, o que acelera o início do tratamento e oportuniza a melhora na qualidade de vida desse paciente. Para minimizar os efeitos causados pela doença, eles precisam de um acompanhamento especializado, além de medicações e fisioterapia regularmente”, arrematou. 

Em 2024, uma nova medicação para o tratamento da fibrose cística foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS), proporcionando uma melhora significativa na qualidade de vida dos pacientes. O IMIP, inclusive, já beneficia com esse tratamento todos os pacientes que são elegíveis para a medicação.