O que é tecnoestresse? Neuropediatra do IMIP alerta sobre impactos do uso de telas na infância

O que é tecnoestresse? Neuropediatra do IMIP alerta sobre impactos do uso de telas na infância

O que é tecnoestresse? Neuropediatra do IMIP alerta sobre impactos do uso de telas na infância

Por Isis Lima
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Hábito cada vez mais frequente, o uso de telas na infância se tornou uma preocupação para os especialistas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda restrições na infância, alertando, inclusive, que menores de 2 anos de idade não devem ter acesso algum. O motivo é que o acesso cada vez mais precoce a aparelhos eletrônicos como smartphone e tablets pode impactar no desenvolvimento das crianças e gerar uma série de problemas de saúde, como o tecnoestresse.

O problema é provocado por qualquer tipo de estímulo tecnológico capaz de gerar no indivíduo uma reação estressada por causa das adaptações que devem ocorrer dentro de si para aceitar tais tecnologias.

“É importante alertar para o tecnoestresse. Cada vez que seu filho fica mais tempo na frente da tela ele libera mais cortisol e dopamina. Com isso, fica impossível você oferecer qualquer brincadeira da faixa etária pediátrica que vá competir com esse excesso de cortisol e dopamina no cérebro e prender a atenção da criança”, destaca a neurologista infantil do IMIP, Adélia Henriques-Souza.

A médica explica ainda que os primeiros mil dias de vida – equivalente ao período da gestação mais os dois primeiros anos após o nascimento – são essenciais para o desenvolvimento infantil.

“Esses mil dias de vida têm uma importância fundamental para o desenvolvimento de todas as habilidades da criança. Até os três anos, o ser humano tem o aumento do perímetro encefálico chegando a quase 80% do tamanho total que o cérebro atingirá na fase adulta. É um momento de extrema importância, pois é quando ocorrem todas das sinapses dos neurônios e o desenvolvimento das habilidades de conhecimento, de funções executivas, entre outras. Quando você oferece tela, você está privando a criança emocionalmente e sensorialmente”, pontuou.

Outros riscos provenientes do uso desses equipamentos também podem ser observados. “A tela emite uma onda na faixa azul que vai direto à retina, inibindo a liberação de melatonina. É por isso que as crianças que são expostas maciçamente às telas podem ter severos distúrbios do sono, alimentares, inclusive com tendência à obesidade, além de sinais e sintomas do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH)”, afirmou Adélia Henriques-Souza.

A neurologista faz uma recomendação final aos cuidadores. “A OMS e todas as sociedades de pediatria recomendam que crianças abaixo de 2 anos não sejam expostas a telas. Já crianças entre 2 e 5 anos podem ter acesso, mas apenas uma hora por dia, e sob supervisão de um adulto. Bebês não precisam de telas. Bebês precisam de pais eficientes”, aconselha a médica.

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