Referência no cuidado de indígenas de 99 etnias, IMIP realiza evento “Nascer Indígena: Cultura e Práticas Ancestrais”

Referência no cuidado de indígenas de 99 etnias, IMIP realiza evento “Nascer Indígena: Cultura e Práticas Ancestrais”

Referência no cuidado de indígenas de 99 etnias, IMIP realiza evento “Nascer Indígena: Cultura e Práticas Ancestrais”

Por Natália Santos
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Há mais de 14 anos trabalhando com a Saúde Indígena, o Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP) entende a importância de resgatar e compartilhar as práticas ancestrais do nascer e as experiências vividas por parteiras tradicionais. Foi pensando nisso que, para celebrar o Dia dos Povos Indígenas, comemorado no dia 19 de abril, o IMIP promoveu o evento “Nascer Indígena: Cultura e Práticas Ancestrais”. A roda de conversa foi realizada no Auditório Alice Figueira, nesta quarta-feira (23).

“Ficamos muito felizes com o papel que o IMIP vem desenvolvendo em todos os espaços. É com grande alegria que celebramos a existência e a resistência dos povos indígenas”, discursou a superintendente-geral, Tereza Campos, na abertura. 

O evento foi iniciado com um ritual protagonizado por representantes indígenas, seguido pela exibição do documentário “Deus te dê boa sorte”, que conta a história e importância da parteira indígena Mãe Dora para o povo Pankararu. “Já são 42 anos nessa missão linda que eu amo. Nós temos o nosso saber e os médicos têm os deles, e eu fico muito feliz pelo respeito com as parteiras”, comentou Dora.

Uma roda de diálogos foi montada para debater sobre o tema, contando com a participação de Dorinha (parteira indígena Pankará), Jonas Welton (aprendiz de parteiro e mestre em Enfermagem), Lulu Moreira (coordenadora da Saúde Indígena do IMIP) e Rosália Andrade (coordenadora do Distrito Sanitário Especial Indígena/PE), além de Mãe Dora.

“É uma honra poder contribuir para que os saberes indígenas sejam fortalecidos, respeitados e reconhecidos como parte fundamental do cuidado em saúde. A luta dos povos indígenas é também a luta pelo direito de nascer e viver com dignidade, então que possamos continuar caminhando juntos, ciência e tradição”, arrematou Lulu Moreira. 

Além de promover o cuidado integral aos povos indígenas, o IMIP ainda conta com diversos profissionais de diferentes povos trabalhando dentro da instituição. É o caso de Penha Freire, do povo Atikum. Enfermeira, ela atua nas aldeias há quase 20 anos. “Decidi que seria da área de saúde ainda criança, inspirada na minha família, que vem de uma tradição de mulheres parteiras. Sempre fui encantada por essa área e hoje trabalho na saúde da mulher, tendo o privilégio de conviver com profissionais maravilhosas”, destacou a profissional, que é natural de Carnaubeira da Penha, município do Sertão pernambucano. 

Penha reforça a importância de reconhecer a força indígena e de dar vez e voz às sabedorias ancestrais dentro da medicina tradicional. “Estar dentro da saúde indígena significa muito para mim, pois houve muita luta para que essa mescla existisse. Hoje estamos aqui para reforçar o protagonismo indígena”, arrematou. 

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