O Telessaúde para a Saúde Indígena no Nordeste é um projeto financiado pelo Ministério da Saúde e abrange seis Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs), contabilizando 56 pontos implantados para benefício dos profissionais de saúde que prestam assistência a cerca de 160 mil indígenas. O projeto evidencia o uso da teleconsultoria como uma ferramenta importante para minimizar barreiras físicas e geográficas entre os polos de saúde indígena e a rede de assistência especializada. 

A Teleconsultoria consiste em uma conversa, mediada pelas tecnologias da informação e comunicação, entre o profissional da atenção primária à saúde indígena com o profissional do IMIP, com o objetivo de esclarecer dúvidas sobre procedimentos clínicos, ações de saúde e questões relativas ao processo de trabalho.

Das teleconsultorias realizadas em 2022, em 72,2% houve evitação do encaminhamento à consulta especializada e em 93% houve melhoria da qualidade da atenção ao paciente indígena (dados autodeclarados pelas (os) médicas (os) usuárias(os)). Além disso, também foi realizada a contextualização étnica no processo de telerregulação.

A Teleconsulta é o atendimento do paciente por meio das tecnologias de informação e comunicação. Essa nova modalidade de atendimento foi implantada no IMIP em caráter emergencial no início da pandemia, em 2020, e teve o intuito de reduzir as vindas dos pacientes e acompanhantes ao hospital, evitar aglomerado de pessoas vulneráveis, e ainda assim garantir o acompanhamento destes pacientes.

Em 2022, período em que as limitações de acesso presencial passaram a ser menos frequentes no mundo, buscou-se entender qual o papel dos atendimentos remotos dentro das linhas de cuidado do sistema de saúde para pacientes com limitações ou dificuldades de mobilidade, ou até mesmo por redução no tempo de deslocamento e redução de emissão de poluentes ao meio ambiente. Foram realizadas mais de 20 mil teleconsultas, somando mais de 90 mil teleconsultas realizadas desde a implementação. Os atendimentos foram realizados em 13 especialidades médicas, em enfermagem, fonoaudiologia, terapia ocupacional e serviço social.

Destacamos a experiência exitosa da enfermagem da quimioterapia adulto. A nova modalidade de atendimento foi implementada em 2020 e manteve-se em 2022 como rotina de trabalho da equipe de enfermagem com o objetivo de evitar o deslocamento dos pacientes com resultado de exames laboratoriais inadequados para realização do tratamento quimioterápico, minimizar a exposição dos pacientes oncológicos a COVID-19, bem como a outras infecções inerentes ao ambiente hospitalar, esclarecer dúvidas sobre medicação para controle de sintomas e reações adversas e instruir pacientes acerca de alterações dos exames. Em 2023, foram realizadas mais de 14 mil teletriagens de enfermagem, totalizando mais de 50 mil desde a sua implementação. No total, foram atendidos mais de 3 mil pacientes e destes, 72% residem no interior ou região metropolitana do Recife.

Um projeto piloto em clínica médica foi implantado em dezembro de 2022 com o objetivo de oferecer aos pacientes do IMIP a possibilidade de uma porta de entrada digital que permita que a sua situação clínica seja avaliada, inicialmente por um especialista em clínica médica, que além de realizar o atendimento remoto, também direcione para o nível de atenção mais adequado na rede de saúde, evitando assim o deslocamento desnecessário ao IMIP.

No início de 2023, os médicos do serviço de pronto atendimento (SPA-Adulto) do IMIP passaram a ter acesso a um serviço de apoio remoto para laudos de eletrocardiograma. Com isso, o laudo é emitido em poucos minutos após a realização do exame. Com essas informações em mãos em tempo hábil, os médicos do SPA-Adulto otimizam o tempo de início dos tratamentos adequados. Agir rapidamente é uma das garantias de maior sobrevida em várias situações, especialmente as de maior risco como o infarto agudo do miocárdio e as arritmias cardíacas.

O IMIP aderiu a este serviço de Telediagnóstico Eletrocardiográfico (TeleECG) por meio da Diretoria Geral de Telessaúde da Secretaria de Saúde de Pernambuco, que realiza localmente a implantação da Oferta Nacional de Telediagnóstico do Ministério da Saúde operacionalizada pelo Centro de Telessaúde do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais. O funcionamento do serviço consiste na coleta dos sinais eletrocardiográficos do paciente no SPA Adulto IMIP em um equipamento de ECG digital.