É percebido uma crescente no número de jovens e adolescentes que buscam as plataformas sociais, para compartilhar relatos de suas experiências e maior ainda daqueles que procuram orientação e apoio para a saúde mental através do Instagram, TikTok e YouTube. Alguns seguem influenciadores de conteúdo que abordam sobre as suas condições de saúde mental; outros fazem testes com listas de verificação de sintomas para ajudar se atendem aos critérios para um diagnóstico. Quem atesta o fenômeno descrito acima e tem preocupado bastante especialistas em saúde mental é a psicóloga do IMIP, Jakeline Silva.   

Os autodiagnósticos mais populares entre esse público são TDAH, transtorno do espectro autista e/ou fobias. “Um dos principais perigos do psico autodiagnóstico é a falta de contexto e conhecimento especializado. As doenças mentais são complexas e multifacetadas”, explica Jakeline. De acordo com a profissional, o autodiagnóstico pode levar a interpretações equivocadas, uma vez que as informações encontradas podem ser vagas ou genéricas.   

Além disso, o fato de que muitos distúrbios mentais apresentarem sintomas semelhantes significa que uma pessoa leiga pode facilmente confundir uma condição com outra, levando a uma compreensão inadequada da própria saúde mental. “O acesso a informações imprecisas ou não verificadas também pode contribuir para o aumento de preocupações infundadas, levando a um ciclo de angústia desnecessária”, afirma.  

O autodiagnóstico pode atrasar o tratamento adequado. Adiar uma busca por ajuda profissional com base em um autodiagnóstico pode resultar em um agravamento dos sintomas e na perda de oportunidades para intervenções eficazes. A psicóloga do IMIP aconselha, sobretudo, diálogo com os filhos para criar relações de confiança.   

Porém, os pais e responsáveis devem ficar atentos aos sinais de alerta. É recomendado ainda observar com atenção mudanças de comportamento. Atitudes como fechar as abas ou ficar nervoso quando alguém se aproxima podem indicar que há algo errado. Assim como piora no desempenho escolar e afastamento dos amigos também podem ser indícios de contato com conteúdo sensível nas redes sociais.